Informativo

Informativo Incop - Nº 09 - Ano 2020

Incubação e Fortalecimento da Feira de Economia Popular Solidária do Médio Piracicaba

 

Escrito por Nayara Jardim de Jesus e Paulo César de Freitas Lagares

Revisado por Anliy Natsuyo Nashimoto Sargeant

 

Data de publicação: 30 de novembro de 2020

 

Resumo: Vamos conhecer um pouco sobre o projeto de extensão “Feira de Economia Popular Solidária do Médio Piracicaba: Incubação e Fortalecimento” vinculado ao programa e laboratório Incop.

 

A Incubadora de Empreendimentos Sociais e Solidários da Ufop (Incop) realiza trabalhos de assessoria sociotécnica a empreendimentos solidários visando o fortalecimento mútuo baseado nos princípios da economia solidária. Atualmente, a Incubadora tem suas atividades voltadas para seis empreendimentos, dentre eles, a Feira de Economia Popular e Solidária do Médio Piracicaba (Feira EPS), incubada desde julho de 2017 até o presente momento.

 

As feiras de economia solidária se configuram como uma estratégia de exposição e comercialização de produtos, além de ser um espaço que se constitui pela realização de apresentações culturais e artísticas da cultura popular, de informação e formação política em economia solidária, articulação de cadeias produtivas, bem como divulgação e estímulo do consumo ético, justo e solidário. [1]

 

Na medida em que as iniciativas de cooperativas e associações foram crescendo paralelamente com o movimento da Economia Solidária, sentiu-se a necessidade de uma articulação maior. Surgiram assim os fóruns que resultaram na criação, em 2003, do Fórum Brasileiro de Economia Popular Solidária e com isso a Economia Solidária no Brasil passou por um crescimento e estruturação muito grandes. [2]

 

Em 2003, foi criado o Fórum Mineiro de Economia Popular Solidária, contando com a organização de 13 fóruns regionais e o Fórum Regional de Economia Popular Solidária do Médio Piracicaba em julho de 2013. A articulação para a formação da Feira EPS do Médio Piracicaba contou com o apoio e assessoria do Fórum Mineiro, Cáritas Diocesana e Incop. Sua constituição se deu através da participação de vários grupos organizados, associações, cooperativas e sociedade civil.

 

A região foi contemplada com a realização das Feiras Regionais através de recursos do Governo do Estado. A primeira delas foi realizada em dezembro de 2016 e a segunda em abril de 2018, na Praça do Povo em João Monlevade. O Fórum foi contemplado com 29 barracas, garantindo a realização das feiras regionais e elas passaram a ser organizadas com recursos próprios, com apoio da Cáritas Diocesana e assessoria da Incop. Assim, a Feira EPS do Médio Piracicaba começou a ser realizada mensalmente a partir de novembro de 2017, inicialmente, no pátio da igreja Católica em João Monlevade.

 

Nesse contexto, o projeto de extensão “Feira de Economia Popular Solidária do Médio Piracicaba: Incubação e Fortalecimento”, foi uma formalização junto à Pró-reitoria de Extensão da Ufop de um processo iniciado em 2017 e, portanto, tem como objetivo a realização da assessoria sociotécnica a Feira. A metodologia para o fortalecimento consiste na identificação da gestão do empreendimento [3] e proposição de ações de melhoria e fortalecimento ao grupo organizado e formações para os agentes envolvidos.

 

No decorrer das primeiras ações do projeto na pandemia com restrições às reuniões presenciais, os contatos foram realizados por telefone ou outros meios digitais. Com as capacitações para uso de tecnologias de capacitação, foi possível realizar reuniões e formações remotas frequentes com os feirantes com o objetivo de orientar o grupo quanto às suas necessidades nesse atual momento de crise. Devido a limitação da atuação, foram desenvolvidas ações, principalmente, voltadas para as mídias sociais da Feira como a divulgação de produtos dos expositores, além da disseminação dos princípios da Economia Solidária. Somente a partir do mês de novembro foi possível o retorno das reuniões presenciais e está sendo planejado o retorno da feira em dezembro. Foi possível notar que as reuniões remotas foram fundamentais para manter o engajamento e o envolvimento do grupo.

 

A realização da Feira é voltada para o desenvolvimento social local, uma vez que promove a exposição e venda dos produtos nessa vertente, advindos de municípios do Médio Piracicaba. Além disso, o empreendimento proporciona melhores condições de vida para os integrantes de uma rede solidária, tendo um papel significativo na valorização dos feirantes e para a equipe do projeto as ações desenvolvidas é uma oportunidade de aprendizado único de troca de saberes e a possibilidade de aplicação dos conhecimentos adquiridos na universidade.

 

Referências

 

[1] SILVA, André Luis F. da. A metodologia de construção das feiras de economia solidária e seu impacto sobre os ganhos: Um estudo sobre a Feira Baiana. Mundo Do Trabalho Contemporâneo, 2(2), 313-338, São Paulo, 26 de out. de 2017. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/mtc/article/view/7195. Acesso em: 23 nov. 2020.

[2] Fórum Brasileiro de Economia Popular Solidária: A Experiência de Gestão e Organização do Movimento de Economia Popular Solidária no Brasil. Janeiro, 2006. Disponível em: https://www.mobilizadores.org.br/wp-content/uploads/2014/05/texto-5363c7.... Acesso em: 23 nov. 2020.

[3] MEIRA, Ludmila. A gestão de empreendimentos econômicos solidários: Olhares das ITCPs USP, UFRJ e UNEB. Salvador, 14 de dez. de 2005. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/9001/1/111.pdf. Acesso em: 23 nov. 2020.

 

 

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